terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Kelly Slater. E depois do 10? O adeus?


Slater não sabe quem é, nem o que faz no circuito mundial depois do décimo título. Abandona? 2011 pode ser de crise






Na adolescência, quando ainda não era ninguém no mundo do surf, Kelly Slater deixava as ondas pequenas da Flórida e voava ali para o lado, até Porto Rico, para treinar a sério. "No Inverno, aquilo era o meu Havai." Não deixa de ser curioso que agora o circuito mundial de surf passe por aquela ilha das Caraíbas e tenha obrigado Slater a regressar para garantir o décimo título de campeão do mundo. "Foi como se estivesse em casa..."

Talvez esta tenha sido a emoção mais leve que se abateu sobre o norte-americano, no sábado, quando passou às meias -finais do Rip Curl Pro Search em Porto Rico e logo garantiu a décima coroa. A última etapa do ano, no Havai, já não conta para nada, mas será naturalmente marcada pela homenagem a Andy Irons, o rival local e agora amigo, desaparecido na semana passada. Slater, de resto, tremeu assim que venceu a final de Porto Rico (contra Adriano de Souza) e falou em sua memória. "Quero enviar as minhas condolências à família Irons. Foi uma semana de extremos para mim. Se não fosse pelo Andy, não estaria aqui agora", disse entre lágrimas.

A veterania de 38 anos, o recorde de dez títulos mundiais e de 45 vitórias, o facto de ser o campeão mais velho e e mais jovem de sempre (20 anos em 1992) são os factos que definem a grandeza do desportista e, ao mesmo tempo, lançam o receio do que aí poderá vir. Como será o futuro? Kelly Slater abandona o circuito mundial e 2011 torna-se um ano amputado de mitos? Agravado ainda pelo fantasma de Andy Irons! O interesse vai morrer? "Não sei, ainda não pensei muito nisso", disse Slater. O melhor surfista de todos os tempos ainda não terá decidido se encerra a carreira, mas poucos acreditam que a possa esticar, sobretudo agora que o 10, o número redondo, é uma realidade. Em 2008, quando alcançou o nono título, Kelly Slater não podia parar. O 9 era demasiado incompleto, problemático. Muitos até acharam que ganhar aquele campeonato foi uma decisão grave, porque ia obrigar um velhote a arrastar- -se, desesperado, à procura da conta certa. Afinal, não se arrastou. Foi digno em 2009 e dominou 2010.

Depois veio o boato de que o patrocinador de sempre, a Quiksilver, lhe pagaria 10 milhões de dólares para chegar ao 10. Também isso pode ter estimulado Slater. Se assim foi, pode igualmente fazê-lo parar. Seja como for, dir-se-ia que não é o dinheiro o que o motiva. "Não me importava que cem pessoas me esmurrassem na cara se em troca me deixassem surfar estas ondas sozinho", afirmou depois ter vencido em Trestles (Califórnia) a meio da temporada. Talvez essa seja a melhor solução, esmurrá-lo, e depois deixá-lo a exibir-se dentro, sem ninguém a chatear-lhe cabeça, nem sequer uma namorada - sim, porque também se diz que Slater só chegou a este ponto porque nunca casou. Quando se prendeu de amores (Pamelas, etc.) a coisa deu para o torto. Mas atenção: Slater apaixonou-se, a coisa está séria e até já leva a namorada Kalani para todo o lado...



Referências bibliográficas:

iONLINE, "Kelly Slater. E depois do 10? O adeus?". http://www.ionline.pt/, http://www.ionline.pt/conteudo/87356-kelly-slater-e-depois-do-10-o-adeus, 08-11.2010[consult. 14-01-2011]

Nenhum comentário:

Postar um comentário